Tuberculose

Saiba tudo sobre tuberculose neste artigo!

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que é causada por uma bactéria chamada micobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch.

O nome tuberculose é derivado de uma característica ímpar da doença, que são as suas lesões em forma de tubérculos.

A doença atinge todas as faixas etárias, mas principalmente a faixa etária de 15 a 54 anos, que é economicamente ativa, especialmente as pessoas do sexo masculino.

 

Como ocorre a transmissão da tuberculose?

A transmissão da tuberculose ocorre por meio de aerossóis produzidos pela fala, tosse ou espirro de uma pessoa doente.

Quando os aerossóis são inalados por pessoas previamente sadias, os bacilos são depositados na via aérea superior, garganta e nariz. Ao chegarem aos brônquios, a maioria deles ficam aprisionados no catarro e são eliminados pelo movimento ciliar. Contudo, aqueles que conseguem atingir os alvéolos, estabelecem a infecção tuberculosa.

O contágio da tuberculose, pode ser realizado por outros meios, como por exemplo, por leite não pasteurizado contaminado com o micobacterium tuberculosis, pela via transplacentária ou pela inoculação direta.


Quais são os reservatórios do micobacterium tuberculosis?

O principal reservatório do micobacterium tuberculosis é um homem. Mas também pode ser reservatório, o gado bovino, as aves, os primatas e os outros mamíferos.

 


Quais são os sinais e sintomas da tuberculose?

Os principais sinais sintomas da tuberculose são:

  • Sudorese noturna;
  • Irritabilidade;
  • Febre baixa vespertina;
  • Emagrecimento;
  • Inapetência;

Quando a doença atinge os pulmões, o paciente pode ter ainda os seguinte sintomas:

  • Tosse produtiva, acompanhado ou não de escarro hemoptoico;
  • Dor torácica.

É importante observar que em algumas situações, a tuberculose pode apresentar uma tosse não produtiva.

A tuberculose pode atingir também os rins, ossos e meninges.


Como diagnosticar a tuberculose?

A tuberculose pode ser diagnosticada com base em dois critérios:

  • Critério Laboratorial;
  • Critério clínico.

Critério Laboratorial de diagnóstico da tuberculose

A tuberculose pode ser confirmada através dos seguintes exames:

  • Baciloscopia;
  • Cultura;
  • Teste rápido molecular (TPM).

Critério clínico de diagnóstico de tuberculose

Em alguns casos, não é possível realizar a confirmação laboratorial da tuberculose, sendo necessário a realização de exames de imagem.

Vale mencionar que a confirmação de casos de tuberculose pelo critério clínico, sem realizar exames para o paciente para realização de Diagnóstico Laboratorial, demonstra uma falha no acesso aos Serviços de Saúde.

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, institui o rastreamento da tuberculose por meio das Equipes Saúde da Família e em toda rede de saúde e oferece o tratamento gratuito para os doentes.

Enfatiza-se que o rastreamento da tuberculose é obrigatório, sendo que esta doença é de notificação compulsória.

Assim, na ausência ou incapacidade do exame de laboratório diagnosticar a tuberculose, pode-se  ser oferecido a realização de exames de imagem histológicos para pacientes tossidores ou com sintomas sugestivos da doença.


Teste molecular rápido da tuberculose (TRM-TB)

O Ministério da Saúde disponibilizou de forma gratuita, na rede pública, o teste molecular rápido de tuberculose (TRM-TB), que consegue identificar o bacilo em apenas 2 horas. Além disso, o referido teste, é capaz de identificar se o bacilo da tuberculose presente no paciente, está resistente á rifampicina, um dos fármacos utilizados no tratamento da tuberculose.

É importante mencionar que o teste molecular rápido da tuberculose (TRM-TB), não deve ser utilizado para o acompanhamento de pessoas que já estejam em tratamento da tuberculose, visto que a baciloscopia continua sendo mais indicada nesses casos.


Baciloscopia direta de escarro

A baciloscopia direta de escarro é o método de escolha para diagnosticar a tuberculose. Esse exame, quando utilizado de forma correta, é capaz de detectar de 70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em uma comunidade.

A baciloscopia é realizada com, no mínimo ,duas amostras de secreção, sendo:

  • uma amostra colhida no momento da consulta, aproveitando a presença do doente;
  • outra amostra colhida no dia seguinte.

A fase inicial do exame, que envolve a coleta, a conservação e o transporte do escarro, é de responsabilidade da unidade de saúde em que está vinculado o paciente, as seguintes orientações quanto a(o):

  • Quantidade e qualidade da amostra;
  • Recipiente de armazenamento do escarro;
  • Local da coleta;
  • Momento da coleta e número de amostras.

 

Quantidade e qualidade de amostra de escarro

A amostra de escarro perfeita é aquela que é proveniente da árvore brônquica. Uma amostra que é obtida da faringe, é uma aspiração de secreções nasais, e por isso contém uma grande quantidade de saliva, sendo uma amostra inviável para o diagnóstico da tuberculose.

Para obter a amostra da árvore brônquica, é preciso que o paciente faça um esforço para tossir, especialmente ao acordar, pois a secreção tende a se acumular durante a noite.

Qual o volume ideal da amostra?

O  volume ideal  é de 5 a 10 ml de secreção.

 

Recipiente armazenamento do escarro

O recipiente deve ser de plástico, descartável e de boca de 50 mm de diâmetro, com tampa de rosca, transparente, altura de 40 milímetros e com uma capacidade de 35 a 50 ml.

Além disso, deve conter a identificação do paciente com o nome e a idade, bem como deve estar descrito a data que foi realizada a coleta.

É bom mencionar que as informações contidas no pote, nunca podem estar presente na tampa, e sim nas laterais; Deve-se utilizar esparadrapo, fita crepe e caneta com tinta indelével.

 

Local de coleta

A coleta de escarro deve ser realizada em local arejado, com presença de luz e longe de outras pessoas e dos profissionais da unidade de saúde.

 

Orientações ao paciente a coleta do escarro

O paciente deve ser orientado, que, ao despertar pela manhã, lave bem a boca, e, em seguida, inspire profundamente, prenda a respiração por um instante e escarre depois de forçar a tosse.

Esse procedimento deve ser repetido 3 vezes para ter três eliminações de escarro.

É importante orientar o paciente, para que não deixe que escorra secreção pela parede externa do pote.

O paciente deve manter o tampado em um saco plástico com a tampa voltada para cima sempre nesta posição.

Após a colheita do escarro, paciente deve lavar as mãos.

Caso o paciente não consiga entregar a amostra no laboratório ou na unidade saúde, a amostra de escarro poderá ser conservada em geladeira comum por no máximo 7 dias.


Quais são os pacientes que devem ser submetidos aos exames?

  • Sintomáticos respiratórios na comunidade, com mais de três semanas de tosse produtiva;
  • Sintomáticos respiratórios que procuram a unidade de saúde, com mais de duas semanas de tosse produtiva;
  • Sintomáticos respiratórios em condições de alto risco de adoecimento, como a população carcerária, asilares, HIV, pessoas em situação de rua, indígenas, imigrantes, profissionais de saúde, contato de doente de tuberculose, a qualquer momento, de tosse produtiva.

Como é o oferecido o tratamento da tuberculose no Brasil?

O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, envolvendo o seguinte esquema:

Para pacientes adolescentes e adultos (acima de 10 anos de idade):

  • 2 primeiros meses (fase intensiva): rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E);
  • 4 meses seguintes (fase de manutenção): rifampicina (R) e isoniazida (H).

É importante mencionar que nos primeiros 2 meses, as doses de cada medicação serão de:

  • 150 mg rifampicina (R);
  • 75 mg de isoniazida (H);
  • 400 mg pirazinamida (Z); e
  • 275 mg de etambutol (E).

Já nos quatro próximos meses, as doses de cada medicação serão de:

  • 150 mg de rifampicina (R); e
  • 75 mg de isoniazida (H).

É importante mencionar que, o início do tratamento adequado e a utilização adequada dos medicamentos anti-tuberculose em pacientes sensíveis, faz com que a capacidade de transmitir a doença diminua drasticamente em duas a três semanas. Em cerca de 15 dias de tratamento, o paciente é considerado como não infectante.


Ao final do tratamento da tuberculose, quantas tomadas de medicação deve ter sido observadas pelo profissional de saúde?

O paciente deve ter tomado na presença do profissional de saúde, 24 vezes na fase de ataque e 48 vezes na fase de manutenção.


Qual é o tipo de precaução utilizada pelos Profissionais de Saúde quando estão em atendimento a um paciente com tuberculose?

O profissional de saúde deverá utilizar a precaução respiratória por aerossóis com as seguintes características:

  • Quarto privativo para o paciente;
  • Máscara cirúrgica para uso do paciente quando em transporte;
  • Máscara Pff2 ou N95 para o profissional de saúde;
  • Higienização das mãos e luvas de procedimento, para quando o profissional de saúde adentrar o quarto privativo.

Referência Bibliográfica

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de
Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume
único. 3.ed. Brasília: : Ministério da Saúde, 2019. Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf> Acesso em 20 de jan. de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no
Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

Marcus Vinícius

Marcus Vinícius é um enfermeiro dedicado e apaixonado pela área da saúde mental. Ele nasceu e cresceu em Lagoa da Prata, uma cidade encantadora no coração de Minas Gerais, Brasil. Desde cedo, Marcus demonstrou interesse em ajudar os outros e escolheu seguir uma carreira que lhe permitisse fazer a diferença na vida das pessoas. Marcus concluiu sua formação em Enfermagem pela Universidade de Uberaba em 2010, onde adquiriu uma base sólida de conhecimentos e habilidades necessárias para atuar na área de saúde. Sua determinação e dedicação aos estudos o destacaram como um aluno exemplar, e ele se formou com excelência acadêmica. Logo após sua graduação, Marcus decidiu se especializar em Enfermagem Psiquiátrica, reconhecendo a importância do cuidado e tratamento das doenças mentais. Sua busca contínua por conhecimento e aprimoramento o levou a adquirir uma expertise significativa nesse campo em constante evolução. Desde 2011, Marcus Vinícius ocupa a posição de Supervisor do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Lagoa da Prata. Nessa função crucial, ele não apenas exerce suas habilidades de enfermagem, mas também desempenha um papel fundamental na coordenação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Juntos, eles trabalham incansavelmente no tratamento de doenças mentais graves que afetam a população do município. Além de sua dedicação aos pacientes e à equipe do CAPS, Marcus também se destaca por sua presença online. Ele é o criador e proprietário do canal no YouTube "Enfermagem Esquematizada", onde compartilha seu conhecimento especializado de maneira clara e acessível. Seus vídeos informativos e educacionais têm ajudado inúmeros estudantes e profissionais da área de enfermagem a aprimorar suas habilidades e ampliar seus conhecimentos. Marcus Vinícius também é responsável pelos sites www.enfermagemesquematizada.com.br e www.abcdaenfermagem.com.br, que servem como plataformas abrangentes para recursos e informações valiosas na área de enfermagem. Essas iniciativas digitais demonstram seu compromisso em compartilhar conhecimento e promover o avanço da enfermagem como um todo. Com uma carreira repleta de realizações e um compromisso inabalável com a saúde mental, Marcus Vinícius continua a desempenhar um papel essencial na melhoria da qualidade de vida das pessoas em sua comunidade. Sua paixão pela enfermagem e sua dedicação inabalável aos cuidados com a saúde mental fazem dele um profissional exemplar e inspirador.

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